EXPOSIÇÃO SEGREDOS DE SIRON FRANCO

No dia 15 de abril  levamos nossas crianças,  do 1º, 2º e 3º Ano Vespertino, ao  Centro Cultural Oscar Niemeyer para visitar a Exposição “Segredos” do artista Siron Franco.


Nossa guia disse que Siron pede às pessoas que procurem não interpretar a obra e sim senti-las. E nesta exposição ele procurou trabalhar os cinco sentidos dos quais nosso corpo é dotado. Sentidos que nada mais são, que capacidades que nos possibilita interagir com o mundo exterior (pessoas, objetos, luzes, fenômenos climáticos, cheiros, sabores). Dessa forma ele conseguiu ampliar nossos canais de percepção de mundo agregando- os a uma única forma de ver e sentir suas obras. Como o paladar e o tato aparecem em sua forma subjetiva, nada como as crianças, com sua sabedoria genuína, para traduzir “objetivamente” tais sensações, que muitas vezes passam despercebidas pelos adultos.

Nossos educandos surpreenderam a todos com perguntas muito interessantes e no final foram até convidados para gravar um vídeo expressando o que demonstraram durante as explicações das obras expostas: CRIANÇA GOSTA DE ARTE!

Vamos conferir, pelos depoimentos das crianças de 7 a 10 anos, como elas conseguiram sentir o cheiro, a beleza, ao som dos cantos gregorianos e diante do desejo, quase incontrolável, de tocar na textura diferenciada das tintas, das graxas, do óleo queimado, da fogueira fria de mármore... 


Isaac (6 anos) da Turma Natureza disse: "Eu gostei daquela que tinha os paus trançados para um lado e para o outro, com figurinhas de santos por dentro (fogueira). Quando eu vi pela primeira vez achei que era um monte de batons brancos gigantes (se referindo ao chocolate em bastão comum nos lanches infantis).” Isaac percebe a beleza da obra e sente o sabor do chocolate ao associá-lo à forma do baton tão próximo de seu mundo infantil.

Manuela (6 anos) da Turma Natureza disse: “Eu gostei daquele quadro de Cd e DVD porque eu pensei que era Cd e DVD tudo de filme e não sabia que Siron Franco ia construir aquilo.”

Susana (6 anos) da Turma Natureza disse: “Eu adorei a obra Labirinto onde a gente pode passar por dentro dela sentindo o cheiro de óleo (graxa). Achei legal segurar a lanterna que a moça (guia) me deu para eu procurar algumas coisas que tinha no quadro. Eu achei aquelas pontinhas douradas e umas continhas de somar (números espalhados). Era bonita, tinha muitas coisas!"

Tomaz (8 anos) da Turma Esperança disse: “Gostei da obra da gillette porque o Siron lembrou de quando o pai dele fazia a barba e porque ele olhou dentro da gillette para construir uma arte bonita.

“Eu gostei do Labirinto, ele é legal! Ele parecia chocolate e ele era fácil de sair. Quando eu passei no meio dele encolhi a barriga para a minha blusa não sujar de graxa.”
 Carolina, 8 anos, Turma Esperança

 Antes de passar por essa obra de arte, as crianças foram orientadas a passarem em silêncio, ouvindo a música de fundo e sentindo o cheiro da graxa que unia as peças do labirinto. Mas Carolina deixou o sentido Olfato de lado fazendo uma associação mais profunda para o paladar, deixando seus sentimentos e criatividade livres para sentir a obra do seu jeito lindo de criança, que tem sabor e cheiro de chocolate!

“Eu gostei muito da exposição, mas o que mais gostei foi do Labirinto porque a graxa parecia chocolate e deu vontade de comer. Eu senti um cheiro que era ruim.”

Maria Clara (8 anos) Turma Esperança

Maria Clara deixou aflorar os dois sentidos, sentindo a obra por meio do olfato e do paladar.

“Na verdade o nome dele é Gessiron  Franco, mas todo mundo conhece por Siron Franco. Eu gostei da mala porque o peso era muito grande, 850 quilos e queria saber como foi que ele levou essa mala tão pesada para lá.  Era de aço maciço e lá tinha a descoberta das artes porque era uma mala mágica!”

Rafael, 7 anos Turma Sementinha

"Eu gostei da escultura de óleo. Ela tinha óleo queimado que parecia uma piscina e um espelho por cima. Tinha um negócio de barbear do pai dele, parecia um bonequinho de vidro. Ele mostra um espelho para a gente ver a gente lá dentro. Também gostamos daquele de CD, era legal e quando a gente olhava de longe parecia um cachorro. Esse quadro ele fez porque ele se perdeu no escuro e só via os faróis do carro na frente dele e ele colocou os CDs e os DVDs para serem as luzes dos faróis na escuridão. A pintura era muito escura para fazer de conta que era a  escuridão da noite!”
Natália (7anos), Gabriel (8 anos) e Lucas (10 anos) Turma Sementinha

Outras curiosidades das crianças da Turma Esperança foram transformadas em cartas para serem enviadas para Siron. Querem conhecer algumas perguntas  que fizeram em suas cartinhas?
“Você chorou quando estava fazendo alguma obra, lembrando do sequestro?”  Maria Clara
“Por que você escolheu o tema Segredos para sua exposição?”
Nicole
“O carimbo do ouro foi muito difícil de colocar no quadro?”
Gustavo
“Os seus quadros eram 10 e o que eu mais gostei foi daquele dos CDs que usou carvão picado. O senhor ficou com medo quando estava no escuro?”
Diogo
“O senhor pôs os pés na fogueira como sua mãe fazia e eles ficaram frios com os dela? Fiquei muito curiosa com outra coisa: como você fez aquela mala com 800 quilos? De onde tirou toda essa criatividade?”
Carolina
“Siron é verdade que sua escultura do lobo-guará foi quebrada?
Izabel
“Por que fez aquela fogueira tão alta?”
Stephan
“Por que fez o labirinto de graxa?”
Talia
Quer aprofundar seus conhecimentos sobre a exposição Segredos, autor e obra? Então continue lendo essa postagem e não se esqueça de deixar seus comentários.

O Centro Cultural Oscar Niemeyer foi inaugurado em 30 de março de 2006, na região sul da capital goiana. O complexo tem 17 mil metros quadrados que abrigam uma biblioteca, o Monumento aos Direitos Humanos, o Museu de Arte Contemporânea e o Palácio da Música .

    Pintor, desenhista e escultor, Siron Franco nasceu na cidade  de Goiás , em 1947. Passou sua infância e adolescência em Goiânia, tendo sua primeira orientação de pintura com D.J. Oliveira e Cleber Gouveia. Começou a ganhar a vida fazendo e vendendo retratos. A partir de 1965, decidiu concentrar-se no desenho, seguindo os esboços grotescos e irreais que tinha em mente. Entre 1969 e 1971 residiu em São Paulo, freqüentando os ateliês de Bernardo Cid e Walter Levi, em São Paulo e integrando o grupo que fez a exposição Surrealismo e Arte Fantástica, na Galeria Seta.     Após ganhar o prêmio Viagem ao Exterior no Salão de Arte Moderna em 1975, viajou pela Europa entre 1976 e 78. Dono de uma técnica impecável dá uma atmosfera dramática a seus quadros com a utilização de tons escuros, cinza e marron. Com mais de 3.000 peças criadas, além de instalações e interferências, teve sua obra representada em mais de uma centena de coletivas em todo o mundo, incluindo os mais importantes salões e bienais.


Siron Franco desvenda os segredos de seu trabalho e convida ao público a percorrer a mostra com um olhar livre a novas descobertas.

(VERTICALIDADE)


        A exposição reúne pinturas com materiais diversos, desde chumbo, carvão moído, CDs, tecelagem, ouro, entre outros, além de esculturas, na maioria em aço, duas delas com materiais inusitados como a graxa e óleo queimado.

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